Ao vir do aeroporto, comentou com o motorista: "Como uma cidade turística, feito a nossa, permite essas favelas horrorosas logo na chegada?!".
Em casa, arrumou criteriosamente roupas, sapatos e cobertores; separou conservas e biscoitos. Abarrotou um carro grande, e mandou entregar tudo no posto de arrecadação da academia. Ao imaginar os desabrigados do Vale recebendo suas coisas, sentiu-se redimida – o Natal está aí, já poderia bater pernas.
Antes de sair, recomendou ao filho: "olho na faxineira que, se bobear, leva a despensa pra casa!"; já na rua, fez graça com o porteiro: "fica esperto seo Chico; se esse negócio de aquecimento global for pra valer, daqui a pouco a maré alcança aquele casario nas dunas!...".
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