25 novembro 2008

CIÊNCIA*

“Não penso em nossas academias e seus representantes. Sou médico e lido com pessoas simples. Sei, por isso, que as universidades não são mais fonte de conhecimento. As pessoas estão cansadas da especialização científica e do intelectualismo racional. Elas querem ouvir a verdade que não limite, mas amplie; que não obscureça, mas ilumine; que não escorra como água, mas que penetre até os ossos. (...)
O emaranhado babilônico do espírito ocidental produziu uma tal desorientação, que todos anseiam por verdades mais simples ou, pelo menos, por idéias que falem não somente ao intelecto, como também ao coração, trazendo clareza ao espírito observador e paz ao incessante turbilhão de sentimentos.”
[O Segredo da Flor de Ouro – Um Livro de Vida Chinês].

Carl Gustav Jung
1875 – 1961
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(*) Título criado pelo autor do blog

LUZ *

Nosso maior medo não é que sejamos inadequados.
Nosso maior medo é de sermos imensamente poderosos.
É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais assusta.
É nossa luz, não nossa sombra, que mais nos apavora.
Perguntamo-nos:
Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?
Mas realmente: Quem és tu para não o seres...?
De nada serve ao mundo fazer-te de pequeno.
Não há nada de especial em te encolher para que outras pessoas
Não se sintam inseguras em tua presença.
Nascemos para irradiar a glória da vida e da luz, como as crianças fazem.
Nascemos para manifestar a glória de Deus que está dentro de nós.
E não somente em alguns de nós; está em todos nós.
E na medida em que deixamos brilhar nossa própria luz,
Inconscientemente damos permissão a outros para fazerem o mesmo.
Quando somos liberados de nosso próprio medo,
Nossa presença automaticamente libera outros.


Rainer Maria Rilke
1875 – 1926
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(*) Título criado pelo autor do blog

SENTIRPENSAR *

Em meu tempo – quero dizer, por volta de 1900 –, todos os artistas, bons e ruins, costumavam falar de sentimento: Eu sinto isso, ou eu não sinto, ou isso é muito sentido.
Pouco a pouco, tal maneira de se expressar foi se perdendo. Se foi substituindo o sentir pelo pensar e sobre esta inteligência – o pensar – se quis fundar tudo. Por isso, as contas não fecharam e é a falta de humanidade que encontramos hoje na arte.
Bem, a arte grega era serena, mas não fria; era estética, pura, mas tinha humanidade. Se era pensada, ao mesmo tempo era sentida.
Pois bem, creio que agora em nosso problema, todo o cerne da questão está lá. Seria justamente esse o equilíbrio: pensar, combinar e estruturar, mas que tudo isso – e até o básico do tema, o pretexto – seja sentido.


Joaquín Torres-García
1874 – 1949
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(*) Título criado pelo autor do blog

23 novembro 2008

...

no funeral
das personagens
quase tudo era eu

[pai irmão amigo amante
filho mãe cidadão escravo
jovem velho up to date]

sofri aos pedaços
aos milhares de "Nós"
sumi para sempre nos sonhos

de manhã o sol iluminou
pela primeira vez
o que sempre esteve


aqui
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22 novembro 2008

15 novembro 2008

PARA UNS...

como
palmeiras, hibiscos e ervas;
caracóis, lagartas e sapos;
lençóis freáticos e lagoas;
banhados, riachos e nascentes;
tatus, lebres e muriçocas;
vacas, ovelhas e tamanduás;
patos, marrecos e peixes;
encostas e planícies verdes em geral


ESSA CHUVARADA TÁ BEM BACANA!

13 novembro 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Cegos de luz. Não de escuridão e ausência, mas de excesso. Desta forma o autor expressa, a meu ver, o estresse último dos sentidos. A interrupção abrupta da visão pelo uso exacerbado da imagem, num mundo onde tudo é o que parece ou pretende ser. Mas a obra nos alerta: o que os olhos não vêem o coração sente. Para além da imagem o ser, ou: sob a superfície do corpo – que em determinadas circunstancias nos levaria a barbárie –, o espírito e a humanidade menos rasa.

Assisti e recomendo: Ensaio Sobre a Cegueira – o filme.
[Sem nenhuma pretensão a crítica cinematográfica; apenas compartilhando impressões].

02 novembro 2008

!

cheguei
de onde nunca sai
aqui
..........o endereço
.................sou eu
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