Sempre vivemos em familia; a liderança é naturalmente exercida por um casal adulto. Os demais integrantes são filhos ou, eventualmente, parentes jovens.
Quando a mãe vai ter um bebê, passa algum tempo recolhida e protegida pela família; o novo irmão será apresentado ao mundo assim que estiver crescido o suficiente. Todos os maiores são responsáveis por todos os menores.
Nos revezamos vigiando as áreas comuns e providenciando sustento para todos – para obter a proteína necessária agimos com sabedoria e paciência, procurando não prejudicar a sobrevivência dos que nos servem de alimento. Geralmente abatemos os animais mais velhos, feridos, doentes, ou filhotes menos aptos. Essa atitude seletiva acaba tornando aquela manada mais saudável.
Quando nossos filhos crescem, afastam-se naturalmente – os tempos solitários são os mais difíceis, pois aprendemos que o indivíduo é a força do grupo e vive-versa. Os jovens errantes se exibem e cantam para atrair um(a) parceiro(a) que irá compor o núcleo de uma nova família. Também cantamos para anunciar um projeto comum, pedir ajuda, reunir companheiros, ou simplesmente pelo prazer de estar sob a lua.
Infelizmente nossa sociedade começou a definhar quando passamos a acompanhar uma outra e tornamo-nos seus companheiors inseparáveis – a ponto de considerá-los como iguais.
Há algum tempo, estávamos distribuídos por quase todo o planeta, mas hoje deixamos de existir na maior parte – já fomos definitivamente expulsos dos Estados Unidos e do Japão, e na Europa estamos seriamente ameaçados.
Apesar dos mitos a nosso respeito, somos muito importantes para a biodiversidade, e nossa extinção tem causado graves desequilíbrios.
Somos os mamíferos que há mais tempo compartilham a vida com humanos. É irônico estarmos sendo mortos justamente por aqueles a quem ajudamos nos tempos difíceis e a quem protegemos a custa de nossa própria segurança.
Pois então... eu sou canis lupus, o lobo; sim, aquele que vocês apelidaram de “lobo-mau”, lembram? O tetra-avô do simpático bichinho que vocês chamam de Totó, Rex, ou sei lá.
Valeu “gente”!! Estamos aí – por enquanto...
16 janeiro 2008
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