Como se nunca antes a tivesse visto, surgiu – onça em pés de gata mansa – por entre mesas e comensais, portando um sorriso franco e devastador – lança chama ao campo seco.
Surpreendeu-me a visão por sobre os ombros, proferindo gracejos pertinentes, me fitando de um azul que ainda guardo.
Num repente de voz doce e cruel – escorre verbo lento como um mel na língua pátria –, sentenciou: Quem me acompanha é Gabriel!
Já não era então a mim que ela falava, mas a algo parecido e que calava – parto a passo, esqueço, esgarço a alma em beiço.
Pretenderia então ter-me educado, mas em artes de guerra e desatino, para num relance estúpido e preciso, dar sumiço ao imprudente apresentado.
Se não fora dar em bufo de opereta e a platéia falsamente distraída, a teria então tomado num abraço, feito mar ao rio de amor e desespero – singro um mar azul-zulmira em caça insana ao fundo incerto de mim mesmo.
Posto então com hedonismo menos quente, sigo em paz como desperto entre dormentes, ao extraviar o ego em pleno viço.
28 outubro 2007
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Um comentário:
olhar azul-zulmira...
qual mortal pode esquecer?
nem eu nem você.
Beijão, Rosana.
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